Felipe Truda
felipe.truda@rbsonline.com.br
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O Inter perdia por 1 a 0 e estava sendo eliminado da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No banco de reservas colorado estava o centroavante Giovâni, aflito. Afinal, ele havia chegado ao campeonato como o dono da camisa 9, mas passou em branco na estreia na competição e perdeu a vaga no time. Já era segundo tempo, o time estava cada vez mais nervoso, quando Giovâni entrou em campo. Ele sabia o que fazer. Afinal, virar um resultado negativo não é novidade para quem voltou ao clube que o havia dispensado e chegou à seleção brasileira de sua categoria.
Virada após recuperação
A partida em questão foi realizada neste domingo no Estádio Hermínio Ometto, em Araras, pela segunda fase da Copinha. Era mata-mata, e o Primeira Camisa saiu na frente. O Inter permaneceu em desvantagem de 1 a 0 até o segundo tempo, quando o técnico James Freitas promoveu a entrada de Giovâni. Ele voltava a enfrentar o adversário da partida de estreia, na qual passou em branco e acabou perdendo a vaga de titular. Primeiro, recebeu na área, aproveitou falha da zaga, driblou o goleiro e marcou. Depois, foi oportunista ao escorar uma bola da pequena área. O Inter faria mais um gol, com Paulinho, e o adversário descontaria. Assim, Giovâni virava o jogo para o Colorado e para si mesmo.
—Vim para cá como titular, mas no primeiro jogo, não desempenhei bem minha função. Mas agora voltei a jogar bem e posso ser titular novamente — disse o atacante, em entrevista por telefone ao clicEsportes. — Estou à disposição do treinador. Titular ou reserva, estou aí para ajudar — acrescentou.

— Foi uma bola que nosso meia lançou. Fui correr e, na hora da arrancada, o músculo abriu. Acho que eu estava frio, não havia aquecido direito — lamenta o jogador.
Três dias depois da recuperação, Giovâni já embarcava para o interior paulista para disputar a Copinha. Ele reconhece que a falta de ritmo o atrapalhou, mas garante que o problema não vai mais acontecer:
— Agora já recuperei o ritmo.
O próximo passo para Giovâni é superar o Nacional-SP pelas oitavas de final da Copinha. A partida está marcada para as 16h (horário de Brasília) desta terça em Jaguariúna.
Retorno ao Colorado
Giovâni chegou ainda pequeno às categorias de base coloradas. Ficou no Beira-Rio por cinco meses. Não convenceu e foi dispensado. Em 2008, com 16 anos, foi visto por um dirigente do Aymoré, de São Leopoldo, atuando na várzea de Canoas. Acabou defendendo o Índio Capilé. Depois, passou pelo time de Colinas, cidade próxima de Lajeado. Ainda esteve perto do Grêmio, mas uma troca no comando técnico do time de base tricolor acabou mudando o destino do garoto: ele tinha de voltar ao clube que o rejeitou.
— O (Pedro) Figueiró, que era treinador do Aymoré, havia ido para o Grêmio. E ele gostava de mim, queria que eu fosse para lá. Mas trocou o treinador, e acabei voltando para o Inter — conta o jogador.
A segunda passagem do atleta pelo Beira-Rio é mais marcante. Ele foi um dos jogadores a conquistar o inédito título da Punta Cup neste ano. Mas o momento mais marcante da carreira do jogador foi a disputa da Copa 2 de Julho, na Bahia, competição na qual o Colorado só parou na seleção brasileira sub-17, reforçada por três jogadores colorados que não puderam defender seu clube.
— Fizeram isso só para não vencermos de novo. Havíamos vencido as duas edições anteriores. Enfrentamos a seleção na semifinal. Jogamos bem, mas eles conseguiram o resultado de 1 a 0. Eles tinham os melhores jogadores, e nós estávamos sem Leonardo, Felipinho e Alyson, que jogaram pelo Brasil — destaca o atacante.
Na seleção brasileira

— Foi maravilhoso, sem comparação! Joguei todos os jogos como titular, e marquei um gol. E marcar vestindo a amarelinha é outra coisa — orgulha-se.
Depois, no Mundial da Nigéria, foi reserva em todos os jogos. Afinal, em sua posição jogava um dos maiores nomes do futebol brasileiro na atualidade:
— Fui reserva do Neymar. O que importa é ter ido. Foi uma experiência maravilhosa.
Planos para o futuro
Giovâni já traça metas para o futuro. Como todo o garoto da base, o sonho é defender o time principal colorado. Para isso, ele já sabe o caminho, que começa na Copa São Paulo.
— Quero ganhar esta competição, que é bem visada, para conseguir subir para o Inter B. Lá, quero mostrar um bom futebol e disputar o Brasileiro Sub-23 — diz o jogador.
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